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Faltando duas semanas para o recesso parlamentar, a CPI da Petrobras fará uma "maratona" de audiências na próxima semana. Nos três dias de atividades da Câmara, a previsão é de longas sessões e embates acalorados no plenário. Os destaques serão as acareações entre os principais personagens da Operação Lava Jato.

Na próxima terça-feira, 7, os deputados vão ouvir o ex-ministro-chefe da Controladoria Geral da União (CGU) Jorge Hage, o presidente do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), Antonio Gustavo Rodrigues, e a viúva do ex-deputado José Janene (PP-PR), Stael Fernanda Janene. Esta última conseguiu um habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF) garantindo a ela o direito de não falar sobre o que possa incriminá-la.

O ex-gerente de Serviços da Petrobras Pedro Barusco será o centro das primeiras acareações promovidas pela CPI. Na quarta-feira, 8, o depoimento será com seu ex-chefe, o ex-diretor de Serviços da estatal Renato Duque. No dia seguinte, o confronto de versões será contra o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto. Duque e Vaccari estão presos em Curitiba e o transporte para Brasília ficará por conta da Polícia Federal.

Na última semana antes do início do recesso de meio de ano, a comissão agendou para o dia 16 a audiência com o Advogado-Geral da União (AGU), Luiz Inácio Adams, e o atual ministro da Controladoria-Geral da União, Valdir Simão. Outros depoimentos ainda podem ser marcados para a segunda semana deste mês.

Grupo Suzano 
O Grupo Suzano contestou hoje os valores apresentados durante o depoimento do empresário Auro Gorentzvaig à comissão sobre o negócio envolvendo a Petroquímica Suzano. Ontem, o ex-conselheiro e acionista da Petroquímica Triunfo disse que a Petrobras pagou o triplo do valor de mercado pela Suzano. De acordo com o empresário, a estatal desembolsou R$ 4,1 bilhões quando a petroquímica valia R$ 1,2 bilhão. "É maior que Pasadena", comparou Gorentzvaig. A assessoria de imprensa da Grupo Suzano informou que o valor mencionado "não condiz com a realidade".

O negócio é um dos alvos de investigação da sub-relatoria de superfaturamento e gestão temerária na construção de refinarias da CPI. O sub-relator, Altineu Côrtes (PR-RJ), conseguiu aprovar a convocação dos empresários David Feffer e Daniel Feffer, do Grupo Suzano, mas as oitivas ainda não foram agendadas. A empresa não se pronunciou sobre as convocações. 

Confira

Em entrevista ao Jornal da Manhã da rádio Jovem Pan, o presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito, o deputado Hugo Motta...

Terça-Feira, 30 de Junho de 2015

O presidente da CPI da Petrobras, deputado Hugo Motta (PMDB-PB), informou nesta quinta-feira (25) que a acareação prevista para a próxima terça-feira (30) entre o doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa será adiada. A Justiça Federal informou que não poderá liberá-los neste dia porque ele irão participar de audiências. Uma nova data ainda será marcada.

“Pretendo resolver as datas ainda nesta sexta”, disse Motta. Pelo mesmo motivo também terão que ser remarcadas as acareações na CPI entre o ex-gerente de Serviços Pedro Barusco e o ex-diretor de Serviços Renato Duque, prevista para 7 de julho, e entre Pedro Barusco e o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, agendada para 14 de julho.

Segundo Motta, o juiz federal Sérgio Moro, que conduz as investigações da Operação Lava Jato na primeira instância, comunicou à comissão que os investigados “não estão liberados” para o dia 30 por conta da agenda de audiências relacionadas à operação.

Tanto Costa quanto Youssef firmaram acordo de delação premiada na Justiça para contar o que sabem do esquema de corrupção na Petrobras. Eles foram presos na operação, mas Costa foi liberado para cumprir em regime aberto e segue monitorado por uma tornozeleira eletrônica.

Todos eles também já foram à CPI, em audiências em que foram ouvidos individualmente. A fase de acareações é aguardada pelos membros da CPI porque será uma forma de colocar os acusados frente a frente e comparar as versões contadas por cada um deles.

Tanto a defesa de Youssef quando de Duque chegaram a enviar à CPI pedido para que fossem liberados da acareação na comissão alegando que já passaram por isso na Justiça e que os deputados poderiam se basear nelas.

Motta, porém, rejeitou os pedidos e manteve as acareações. “Não vou liberar ninguém da acareação, mesmo que fiquem calados. Acareação é justamente para isso. Aquele que se dispõe a ficar calado, enquanto outro pode falar, ou fala também ou fica em silêncio e consente que aquilo que é uma verdade”, afirmou.

Depoimentos anteriores
Nos depoimentos de delação premiada e na CPI, Paulo Roberto Costa afirmou que havia um esquema de corrupção na Petrobras e que empreiteiras pagavam propina para obter contratos com a estatal. Parte da propina, segundo ele, ia para  PT, PMDB e PP.  Os partidos negam as acusações.

Youssef foi ouvido pela CPI em Curitiba. Ele disse que acredita que o alto escalão do governo sabia do esquema de corrupção na estatal.

Barusco afirmou à CPI que repassou US$ 300 mil à campanha presidencial de Dilma Rousseff em 2010 - o que o PT nega - e que acumulou, desde 1997, US$ 97 milhões em propina, quantia a ser devolvida aos cofres públicos.

Duque, ex-diretor de Serviços da Petrobras, é acusado de ter cobrado e recebido propina de empreiteiras para autorizar contratos na estatal. Ele ficou em silêncio na CPI.

Vaccari, em seu depoimento no colegiado, negou que tivesse pedido dinheiro a ex-diretores da estatal para financiar campanhas do PT.

 

 



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